
Nos primeiros dias do ano sinto sempre que algo de extraordinário deve acontecer para marcar logo o que pode ser um grande começo... a questão é que nunca sei muito bem o que é isso de algo de extraordinário!! Embora confesse que este ano a Pecan Pie superou tudo, e nem quero pensar em relativizar nada depois daquela dentada... não me venham cá dizer que extraordinário é ter saúdinha e estarmos todos vivos porque isso no mundo caótico em que vivemos já passa para lá de extraordinário e começa a encaixar-se na twilight zone!
E foi depois do pensamento twilight zone que decidi começar o ano lá em cima, no topo do Universo.... e desci as escadas do metro. Ah! Maravilhoso metropolitano onde as carruagens são de alta tecnologia com vinte anos e as estações se seguram em postes ferrugentos suspensos na corrente ar... túnel, estação, túnel, estação, túnel, estação... túúúúúúúúúnnnnnnnnnneeeeeeeeellllllllllllll, estação!!!! Saí no meio das tartarugas que conversam com colibris e dinossauros que olham para nós como se não tivéssemos pago a viagem...fogeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!! E fugi, irra! Aqui nunca se sabe quando acaba a fantasia e começa a realidade... estou atrasado, estou atrasado!! Pergunto-me se o coelho da Alice se perdeu e caso contrário, que fará ele no meio dos mamutes que afinal são bisontes e dos alces que afinal são....Socorro!! Endireitem a imagem!
Entrei no mundo do fóssil, tropecei em meteoritos e em pedras lunares, entrei na caverna do Ali Babá sem quarenta ladrões, que até Babá está em crise! De jade a turmalina, de topázio a ametista pelo canudo microscópico em que se pode e deve mexer! Ah! O conceito do tocar no mundo do museu é uma permissão avassaladora...perceber como funciona, poder mexer é como ter uma tabuleta gigante a dizer POR FAVOR PISE A RELVA! Ossos sobre ossos, a floresta, a pradaria e a montanha erguem-se a três dimensões que parecem garras a esbugalhar olhos e a soltar sons de bocas abertas. E pelo museu fora correm aqueles taquinis de dois anos, três anos, quatro anos, cinco anos....que perguntam tudo, que se deixam ficar a fazer hu-hu-hu!!! quando olham para os índios com penas na cabeça, que correm e guincham no encontro com o Master Bambiraptor! Não, não é o Bambi que perde os pais e conhece o coelho Tambor e que é querido e bonzinho... não, com este não!! Este esfacela seres, tão queriducho!
E de repente fez-se luz, entrei na bola e escureceu! Choveram estrelas, mergulhei em galáxias, nebulosas e planetas. As constelações acontecem por cima da nossa cabeça, Júpiter redondo chega palpável, Saturno rompe o céu a Terra foge e fica ao fundoooooooooooo. No fundo do fundo do fundo do Universo, no topo do fundo, dentro do Planetário a três dimensões algo de extraordinário se passa... e um novo ano começou.
Aconselho vivamente a baloiçarem-se na Via Láctea e a escorregarem na cauda dos cometas, mas por favor se andarem à velocidade da luz NÃO usem cinto de segurança!
Acenos da Varanda Central,
Viscondessa da Porcalhota
6 Comments:
Estrelas, a minha parte preferida!
E pensar que na nebulosa de Orion produzem-se ESTRELAS!!! Feitas dos mesmo elementos presentes em nozes, os humanos... entao... somos estrelas! (ou assim dizem)
Beijos
essa é uma das minhas frases preferidas (senão mesmo A preferida): "Somos todos feitos de estrelas"... mas umas brilham mais do que outras, certo?
Viva a Viscondessa que brilha como ninguém!! =) (é só graxa... estou a afinfar-me a um pedacinho de chão da tua sala, por uma semanita, não sei se se nota muito...)
Então... e o livro???
Se desejares, me disponho a trabalhar nessa produção, daqui!!!
Ótimo texto!!! Muito bom sonhar estrelas...
Boa semana!!!
Do Brasil!!!
Escorregar, escorregar, safa....
Baloiçar na Via Láctea até que me parece apetecível, mas escorregar na cauda dos cometas deve fazer doer... coitadinhos! E depois ainda há a marca do gelo...
Vassouradas meiguinhas.
A ver estrelas, deitada na relva...
Feliz Ano Novo!
Amo-te!!!
Taaaanto!
Amo-te
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