Tuesday, November 12, 2013


Estou de Volta...Ou Não!

 Irra que até são duas!! Os anos correm nem damos por eles, que chatice! E de repente, não mais que de repente, estou a comentar um blog e quando faço clic aparece-me a Viscondessa da Porcalhota do cyberspace, já quase esquecida e arrumada, cheia de pó e calada que nem um rato há quase cinco anos. O que a vida muda em cinco anos...oh se muda! Talvez esteja de volta, qual fénix renascida, mas não sei se a plumagem se aguenta com a crise e a Troika e o desespero de já não aguentar mais - nem uma nem outra. A ver vamos. Assim deixo só a chucha da Matilde, que é das mudanças grandes que acontecem em cinco anos....que é como quem diz, num segundo! Agora vou tomar o pequeno almoço e já cá volto...ou não!

Acenos da Varanda Central,

Viscondessa da Porcalhota

Saturday, September 06, 2008

Fritz, the cat






O Fritz nasceu em 1988! Quando o fui buscar vim de carro desde Palmela com uma bola de pêlo ao colo, que olhava para mim com dois grandes berlindes azuis... e mordia!

O Fritz tornou-se um gato grande, enorme, gigante, e sempre com aqueles dois berlindes azuis a olhar para nós, com ar de quem já tinha feito alguma.... e mordia! Ele mordia tudo quanto podia! Desde chinelos, a sofás, colchas, braços, mãos e calcanhares... e alguns pardais mais distraídos que pousavam na janela.

O Fritz era de uma ternura sem igual e viveu 20 anos de grande felicidade, alimentado a bifes grelhados! Latas??? Comam vocês!

A minha vida foi quase toda passada com a presença do Fritz por perto e hoje de manhã ele fechou os olhos e correu para o céu dos gatos. Agora é estranho não ter este malandrão a fazer patifarias e dar marradinhas, a exigir o seu gourmet...e o dos outros! ahahahhaha

No céu dos gatos há tirinhas de presunto e ovos mexidos com toda a certeza, e bifes também, por isso ele vai ficar todo feliz... já para não falar da quantidade de coisas para arranhar e morder! :)

Diverte-te muito Fritz, foste um grande companheiro ao longo de 20 anos e eu hoje não consigo dizer mais.

Até logo, Fritz the cat!

Acenos da Varanda Central,

Viscondessa da Porcalhota

Friday, October 26, 2007

Artaud, o gato





O Artaud é um gato côr de laranja com dois olhos que parecem berlindes!

Já caíu dentro de uma banheira cheia de água, já caíu do alto de uma porta e até caíu duas vezes de um segundo andar e uma vez de um primeiro! Quando caíu do segundo andar, ficou lá em baixo a olhar para a janela, sentadinho, com o rabo muito arrumadinho, a miar cá para cima... quando caíu do primeiro andar, pirou-se por Lisboa fora e só apareceu muitas horas depois, com ar de quem não ía voltar a pirar-se da janela abaixo!
O Artaud é mestre arranha sofás, arranha tapetes, cortinados.. enfim, mestre do que houver para arranhar! Gosta de correr pelas paredes, dar saltos de cabeça para baixo e de se atirar para o topo das ombreiras das portas e deixar-se escorregar. AH!!! Não esquecer que ele sabe abrir os armários da parede da cozinha e deitar todos os copos que conseguir para o chão.
Mesmo assim, o Artaud fica com aquele ar de quem não parte um prato e faz ron-ron. Gosta de saltar para os ombros do dono e de dormir ali... e lamber cabelos também é a sua especialidade!
O Artaud cor de laranja, está desde hoje de manhã no céu dos gatos, a brincar com todos os outros gatos que por lá andam e com o mano dele que já o espera há quase dois anos e se bem o conheço, bufa de impaciência!
Olha Artaud, há muito tempo que não via uma lua tão cheia como a de hoje! Isso é que vai ser farra no céu dos gatos!!

Até sempre, e só não vou ter saudades porque sei que te estás a divertir!
Ao Artaud

Acenos da Varanda Central,
Viscondessa da Porcalhota

Tuesday, March 06, 2007

Abram a cortina e pancada neles!!!


Darlings da minha vida, estive em recobro... Agora que recobrei, larguei a pele duas vezes e sibilei em surdina durante nove meses, estou de volta à varanda central deste reino!

Arrastei a pluma pelas nossas teatrices e fiquei de camarote a ver o cenário deste palco cheio de pó... e nem era branco, que se fosse eu ainda poderia pensar que tenho andado a alucinar!!!

Nem sei por onde começar, que tenho o Tico e o Teco (lacaios dedicados e empenhados), emparedados contra o cerebelo, em acrobacias sem saber o que fazer a tanta informação e alguma dela, confesso, bastante inútil! O encéfalo explode-me! Irra que até são duas!!
De tanto que tenho visto e tão pouco que me tem ficado, cheguei à conclusão que talvez as pancadinhas de Maître Molière se devessem aplicar em mais quantidade e força, mas não no chão do palco!
Sir Grey, o cavaleiro mais colorido deste reino, partilhou com a Viscondessa as suas profundas mágoas da cena teatral... Temos que dizer que este Cavaleiro corre em busca do seu cavalo depois de morto e sabe o que diz! - É amador.... - Dizia-me ele bocejando morto e sem cavalo, mais cinzento que uma nuvem cheia de chuva! Ora caro cavaleiro, claro que é amador! Eles amam!!! Mas o cavaleiro deste reino é assaz persistente e dizia-me: - Cara Viscondessa, mas amar não chega!


Talvez um step by step, uma aeróbica...eu diria mesmo um body combat para relaxar do stress e da tensão alta que nos arrebata depois de uma noite de teatro! Por outro lado tenho que dizer que as clínicas de sono são mais caras e não sei se tão eficazes!
Darlings da minha vida, o povo vai dormir para o teatro! A bela poltrona de veludo, ambiente moderno ou em talha dourada e luzinha de presença ao fundo, para não esbarrar em nada caso lhe apeteça uma bolachinha de água e sal a meio da noite. É só tirar os olhos do palco e olhar em volta. Os acordados, de uma maneira geral deitam luz branca, como se estivessem em reunião com Hades... mas depois percebemos que é só o telemóvel e ficamos mais descansados! Credo! Assim como assim mais vale estar a enviar mensagens durante o espectáculo do estar morto na sala!
Os que não deitam luz, de uma maneira geral respiram mais profundamente, estão boquiabertos, e volta e meia quase que perdem a cabeça! É vê-los com aquelas cabeçorras em dança frenética durante duas horas, a expectativa...será que tomba agora? Será que não tomba? Já para não falar das cabeças de laca que mais parecem montes de algodão doce, a tombar que nem tordos na sesta teatral de domingo à tarde! Seria divina esta comédia, se não fosse tão trágica!

Compreendem agora onde deveriam aplicar melhor as pancadinhas de Maître Molière?! Não é nos que dormem...tadinhos esses só tomaram o comprimido!
Abram a cortina e pancada neles! O Maître agradece, que é do bom tempo e toca a calar que isto é teatro e do bom!

Acenos da Varanda Central,


Viscondessa da Porcalhota


Thursday, June 15, 2006

Lisboa está abandonada!!

Regressei a Lisboa há cinco semanas...
Lisboa é uma cidade linda, com uma luz de conto de fadas e onde apetece passear.
Quando voltei de NYC percebi que há alguns anos que não fazia turismo na minha própria cidade e pus-me a caminho por aí.
Por aí percebi que não se passa quase nada, percebi que o planetário é um triste edifício fechado aos feriados, que a zona de Belém está triste e abandonada, que os espaços grandes estão lá e não servem para nada, que os museus são locais de silêncio austero e pouco frequentados...assustam! E aquele triste Terreiro que outrora foi do Paço está caoticamente para ali esquecido, encostado à obra infindável a que chamam metropolitano. Metrópole ao abandono, de baixa vazia e fechada, triste...mete dó! Aquele parque Mayer é um ex libris a abater, a Avenida da Liberdade que nem nos dá tempo a atravessar de um lado ao outro, desanimada com aquelas duas esplanadas mal frequentadas na beira da estrada, um Rossio que está sempre quase, mas não está. Os restaurantes estão fechados, as pastelarias de monco caído, as lojas é como se não existissem e não se quisessem impor à cultura centro comercial. Temos vacas vandalizadas, buracos e poeira entrelaçados com turistas que vão passando e acham bonito, mas sentem sempre que chegaram ao local certo na hora errada. É um desespero!!! Não há o que fazer, não há onde ir, não há conforto no acto de usufruir da cidade... no estar, no apenas estar na cidade sem ter que fazer. Lisboa é uma cama onde não apetece deitar... Por favor, ponham-lhe lençóis frescos e coloridos!
Ainda tenho esperança que alguém pegue em Lisboa da mesma forma que pegaram no velho Maxime!
Lisboa tem uma beleza triste de abandono e desamparo.
Acenos da Varanda Central,
Viscondessa da Porcalhota

Saturday, May 06, 2006

Animação precisa-se





Adianta muito ter uma cidade bonita para a manter fechada aos Sábados à tarde, Domingos e feriados! Chega uma pessoa para tomar o pequeno almoço ao Domingo de manhã e está a baixa fechada... sobra a Suíça! E não se passa mais nada... E pensar que podíamos viver do turismo! Não! Comigo não! É que já presenciei funerais mais animados que a Baixa de Lisboa ao fim de semana! Que cemitério! Estão à espera de quê? Vamos a mexer seus preguiçosos! Querem ver que tenho que encaminhar os turistas para a Porcalhota? Ao Domingo temos feira no parque e a banda toca.. não é muito, mas sempre é mais animado. Talvez um anúncio nos classificados.... Animação precisa-se! Pequena cidade plantada à beira rio, sete colinas soalheiras, chão em calçada portuguesa. Precisa de algumas obras. Só ao próprio... ao próprio presidente da câmara que ao Domingo se deve ir animar para outra freguesia! Francamente!
Dá Deus nozes a quem não tem dentes....
Acenos da Varanda Central,
Viscondessa da Porcalhota

Friday, May 05, 2006

Lisboa






Lá vinha eu empacotada no pássaro de ferro, aos abanões em pleno ar acima do Atlântico e a Grade Maçã a ficar-me longe das costas...cada vez mais longe! Irra! O pratinho de galinha despedaçada no arroz, e o tiramisú horrendo em versão plástic coma depressa antes que se arrependa, entalados entre a barriga e as costas da cadeira da frente, quando em menos de um fósforo Lisboa estava à vista!
Nascia o sol, as luzinhas brilhavam ainda cá por baixo... Lisboa acordava em manhã de feriado... bonita, romântica... hummmm Eis senão quando o passarão aterra de tal forma aos zigs e aos zags que o romantismo ficou no chinelo e a cidade chegou-me como se tivesse levado uma marretada na cabeça! Ora bolas! Será preciso tanto estardalhaço para aterrar um avião?! E só um passageiro bateu palmas.. eu nem me atrevo imaginar pelo que o degraçado já terá passado para expressar tamanha alegria com uma aterragem tão desengonçada!
E Lisboa linda estava ali já, à minha espera.... não! Não estava nada! Primeiro ainda há o autocarro do avião até ao aeroporto INTERNACIONAL de Lisboa... Aquele maravilhoso autocarro que leva tanto tempo que nos faz sentir que o aeroporto é na Reboleira e a bagagem apanha-se na Portela! Ah!!! Finalmente Lisboa!!! Não?! Mau!! Estão a gozar comigo? Quer dizer... que não haja passadeira vermelha eu ainda entendo! Mas uma fila de trezentos passageiros é dose... eu disse trezentos? Enganei-me! Chegou um vôo de Toronto e um do Rio e um de... Arre que é demais! Vá, que sejam uns 1200 passageiros.. coisa pouca... Lisboa à espera e não é que o guichet só abre às sete da manhã?! NÃÃÃOOOOOOOOOOOOOOOO!!!! Mas são cinco e quarenta e cinco da manhã!!!!! E Lisboa à espera! Raios!
Primeiro de Maio de dois mil e seis, século XXI, aeroporto INTERNACIONAL de Lisboa recebe vôos de longo curso por volta das cinco e meia, seis horas da manhã... mas os senhores que nos vêem o passaporte só chegam às sete. É de mim ou está aqui alguma coisa que não funciona?
Já agora.... importam-se ao menos de tirar da pista as malas que caem dos carros? É que o autocarro já é suficientemente mau sem ter que fazer gincana à volta delas... e convenhamos, eu odeio rodas de autocarro marcadas nas minhas cuecas!
Mas eu gosto de Lisboa!
Acenos da Varanda Central,
Viscondessa da Porcalhota